segunda-feira, 30 de março de 2009

CONSCIÊNCIA FALA?


CONSCIÊNCIA FALA?


Joãozinho sempre foi um menino lavado, mas agora, apesar de ter só 6 aninhos, estava ficando malvado também. O que ele mais gostava de fazer, era de jogar pedrinhas nos passarinhos que vinham catar migalhas de pão que sua irmã deixava no quintal especialmente para eles. Gostava também de maltratar a Mimi, gatinha de sua mãe e de judiar do Totó, o cãozinho da vizinha.
Um dia, ele subiu numa escada que estava encostada no muro, só para sondar o Totó, que dormia sossegadinho à sombra de uma mangueira que se encontrava carregadinha de manga . Joãozinho, malvado que só ele, mais que depressa, tirou uma manga verdinha do pé e atirou-a no Totó. Para azar do cãozinho, a manga acertou-lhe em cheio na cabeça, e entre o susto e a dor, Totó latiu feito um condenado. Joãozinho assustado, correu para o lado de sua mãe pensando que matara o cãozinho da visinha
A mãe, depois de acalmá-lo, disse-lhe que jamais devemos maltratar os animais, pois eles tais como nós, também são filhos de Deus e nossos grandes amigos. Disse-lhe ainda que se continuasse a maltratar os animais sua consciência ia falar mais alto, gritar mesmo. Joãozinho ficou intrigado, esta história devia ser balela pois consciência não fala.
Dias depois, estava ele sentado na varanda, quando viu os passarinhos no quintal. Imediatamente procurou as pedrinhas no bolso e foi se chegando de mansinho, quando teve a impressão que um dos passarinhos falou:
--Não me machuque!
Ora pensou ele, será que o passarinho falou mesmo?
Ficou esperando que o passarinho repetisse a fala mas isto não aconteceu. Joãozinho intrigado perdeu a vontade de atirar pedras nos passarinhos.
Mais tarde, conseguiu pegar a Mini e lutava para amarrar um elástico em seu rabinho, quando de repente ouviu ela dizer:
--Menino malvado!
Nossa! ele exclamou assustado: -a Mimi também falou?
Largou-a rapidamente e ela correu a se esconder embaixo da cama. Não vou mais maltratar a Mimi, pensou, ela esta falando e bem que pode contar a mamãe das minhas malvadezas.
Numa certa manhã, foi a vez do Totó. Joãozinho já estava pronto para atirar-lhe outra manga, quando de repente ouviu:
--Não me maltrate, sou seu amigo!
Joãozinho quase cai da escada, nunca havia pensado em Totó como amigo e muito menos imaginá-lo falando. Ficou olhando para o Totó que com aqueles olhinhos tão doces e tristes, o encarava abanando o rabinho. Era verdade sim, Totó era um amigo, tão amigo que deixava os passarinhos e os gatos dos visinhos comerem a sua ração e se servirem de sua água. A manga verde foi escapando de sua mão e ele perdeu a vontade de atirá-la em Totó ou em qualquer outro animalzinho que passasse por ele.
Depois daqueles dias, Joãozinho nunca mais ouviu os animais falando, mas também, nunca mais maltratou- os. Em sua cabecinha, continuava uma dúvida: "Será que os animaizinhos falaram mesmo com ele, ou fora sua consciência que falara mais alto como sua mãe havia dito?"
Doroni

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